Vahid quer dizer sozinho e Nikoofard
pessoa boa. Ele tem 29 anos, morava na cidade Kashan, no Irã. E sabe o que é
mais interessante? Ele nasceu em 1361, e hoje estão no ano de 1390. O
calendário iraniano é bem diferente do nosso. Ele teve início junto ao
nascimento de Mohamed, o Deus maior do Irã.
Graduado e mestre em Física, veio ao Brasil fazer doutorado em Física Teórica, e já está aqui a 7 meses. Vahid afirmou que teve várias opções de países para escolher, mas optou pelo Brasil por causa da cultura, da natureza e por ser um país em desenvolvimento.
Graduado e mestre em Física, veio ao Brasil fazer doutorado em Física Teórica, e já está aqui a 7 meses. Vahid afirmou que teve várias opções de países para escolher, mas optou pelo Brasil por causa da cultura, da natureza e por ser um país em desenvolvimento.
Ele contou que o primeiro mês foi muito difícil, pois não conhecia ninguém e não sabia falar português. Até que conheceu Raphaelle, hoje sua atual noiva. Durante nossa conversa, ele explicou que no Irã a família escolhe com quem o filho ou filha deve se casar. E que também não foi tão fácil fazer a família entender que ele havia escolhido uma noiva, e de uma cultura completamente diferente, mas nada que não pudesse ser conversado e entendido. Hoje, os dois já estão noivos a 3 meses. E a família de Vahid exige que o casamento e o ritual sejam feitos no Irã, conforme manda a cultura. A família da noiva também deve estar presente. Raphaelle conta que para ela não há nada de tão diferente, que foi fácil fazer ele se acostumar com a nossa cultura, e que aos poucos ela o ensina o português. “No início ele ficou bastante assustado, levei ele em todos os lugares, até mesmo nos bailes funks”, afirmou.
Raffaelle e Vahid no Irã |
Detalhes
Vahid contou que quando chegou ao Brasil, percebeu que o que havia de mais parecido com o Irã era a culinária. Lá eles também comem arroz, feijão e batatas, porém têm a preferência de comer sempre no chão. Mas confesso que foi um pouco assustador quando eu perguntei a ele o que havia de mais diferente, o que ele percebeu de mais distante da cultura iraniana. A resposta de Vahid foi bem direta: a falta de respeito dos homens brasileiros. Surpresa com a resposta tentei entrar em detalhes para entender o que havia de tão chocante na nossa educação, ou melhor, na nossa falta de respeito.
Ele foi claro ao dizer que aqui os homens não respeitam as mulheres, que nas festas agarram qualquer uma sem nem ao menos conhecer; faltam com o respeito dentro da casa, com os pais e parentes, que não tratamos nossos pais como pessoas que mereçam mais respeito e que são sim mais importantes que nós. “Entendo que estou em uma cultura completamente diferente da minha, entendo e aceito isso da melhor forma. Mas acho que tenho um conceito de família muito diferente do de vocês”, afirmou. Vahid contou que no Irã as pessoas trabalham e voltam para a casa para ficar com a família, e que aqui no Brasil não tem essa ligação, que as pessoas saem do trabalho e vão para bares e festas, a família não vista como a principal. No Irã as pessoas vivem em festas, mas festas grandes e em família. Ele se referiu as mulheres também, na forma como elas se vestem e saem, e como se exibem para as pessoas na rua de uma forma vulgar.
Apesar das diferenças, das semelhanças, dos apertos que passou Vahid confessa que está muito mais feliz no Brasil. O encontro e o noivado com Raphaelle fez com que ele visse uma maneira diferente e interessante de viver. Vahid termina a entrevista dizendo: “Não vou morar mais no Irã. Vou construir uma família aqui no Brasil e ficar. Me apeguei e adoro esse lugar”.
As
mãos de Raphaelle e Vahid com as alianças de noivado
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Por: Olívia Duque
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