Idalina
nasceu em 6 de Julho de 1926 na capital mineira, Belo Horizonte, onde viveu
apenas até os quatro anos. Veio para Juiz de Fora e, apaixonou-se pela cidade e
encontrou um amor para toda a vida. Dona de uma teimosia ímpar viveu em tempos
onde a mulher não mostrava as pernas e o sexo era só depois do casamento. Aos
16 anos conheceu aquele que seria dono do maior coração de todos para o resto
de sua vida, Walter. Sete anos mais velho que ela, o que não impediu o casal de
viver uma doce paixão.
Idalina e Walter |
Quando
ela completou 20 anos, casaram-se e tiveram filhos, tantos que dava para formar
um time de futebol, 11. Carreira que o pai seguia no time consagrado da cidade,
o Tupi. Mantinha para gozar de segurança e uma vida tranquila um emprego de
bancário, o qual conseguiu pela boa formação que teve na adolescência. A paixão
deles, a magia com que os olhares se cruzavam, as cartas que eram escritas e os
beijos que eram trocados, foram inexplicáveis. Foram morar em uma casa simples
no Bom Pastor, porém enorme para conseguir abrigar tantas crianças.
A
história poderia ser perfeita se a continuação fosse: os filhos cresceram se
formaram tiveram outros filhos e que os avós hoje mimam e ensinam a importância
de um grande amor... mas, não foi bem assim.
Os
filhos cresceram sim, escolheram o Fluminense como time do coração, uns
estudaram e se dedicaram outros não. Mas se formaram mesmo assim e tiveram
filhos, que hoje são mimados pela Vó. E cadê você Vô? A história perfeita criou
um defeito irreparável.
Em
abril de 1979, Vô Walter descobriu um forte câncer no cérebro. E a partir dai
travou uma luta contra ele, tendo ao lado a peça mais importante de sua vida,
Idalina. Ela que o apoio, cuidou e nunca saiu de seu lado. Entre idas e vindas,
o tratamento que foi feito ora em Juiz de Fora, ora no Rio de Janeiro, passou
pelas mais delicadas situações.
A
quimioterapia e os fortes medicamentos que ele tomava, implicaram no uso da
desconfortável cadeira de rodas que no momento foi muito bem recebida. As
noites eram passadas um ao lado do outro, e a Vó maravilha, o enlaçou mais uma
vez. Prendia seus pijamas com alfinetes, para que se ele precisasse de ajuda na
madrugada, ela estivesse pronta para ajudar.
O
câncer foi muito forte e no final do ano seguinte, levou Walter de seu grande
amor. Idalina como eterna apaixonada, nunca mais sentiu esse amor de marido e
mulher, e prometeu se dedicar apenas a cuidar de seus filhos e netos. Guerreira
e dedicada, perdeu ainda dois filhos levados de seus braços ainda cedo. Porém a
família cresceu muito, e continua até hoje.
Walter e Idalina |
Hoje
Idalina ainda vive no mesmo endereço onde vivem também as melhores lembranças
do seu casamento. Guarda cartas amareladas, retratos em todos os cômodos e um
amor eterno junto ao peito. Gosta de ir a missa, cuidar do jardim, costurar,
ler jornais e principalmente torcer em todo e qualquer tipo de esporte. Não
gosta de nenhum tipo palavrão. Não abre mão de feijão no prato e de muita prosa
no café das cinco. Mantém fiéis comadres como ela gosta de chamar. As vizinhas
que batem no portão só para dizer "como seu jardim está bem cuidado
Idalina."
É
amiga, irmã, prima, tia, mãezinha, Vó e bisa. A família somando os filhos,
genros e noras, netos e outros agregados, somam 64 Oliveiras. 64 Oliveiras
apaixonados pela Vó maravilha que cuida de todos e reza por cada um todas as
noites antes de dormir.
Por Juliana Brandi
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